Coleta Seletiva: Um caminho para um futuro sustentável

Separar para transformar, reciclar para preservar. Saiba mais sobre nosso papel crucial e a importância da coleta seletiva na redução de impactos socioambientais.

A coleta seletiva é um processo que visa otimizar a destinação de resíduos gerados pela população, dando finalidade adequada a ele e reduzindo impactos ambientais. Nela, os resíduos (ex. papel, metal, plástico e vidro) são previamente separados, coletados, e enviados para centros de triagem, cooperativas, onde são segregados e encaminhados para a reciclagem. Os resíduos não aproveitados durante a etapa de separação nos centros de triagem infelizmente têm ainda seu principal destino os aterros sanitários, mas de maneira geral, a coleta seletiva é um processo que facilita o tratamento, o reaproveitamento dos resíduos, e é considerada uma maneira ecológica mais adequada para o descarte, e que contribui para evitar a contaminação do meio ambiente.

Como funciona a coleta seletiva

Foto: Ponto de coleta seletiva So+ma Vantagens, em Salvador, Bahia

Existem quatro principais formas de coleta seletiva aplicadas atualmente no Brasil, organizadas em parceria com prefeituras, organizações voluntárias e empresas de coleta de resíduos. Essas diferentes formas de coleta seletiva são complementares e podem ser adotadas em conjunto para abranger diversas áreas da sociedade e promover uma cultura de reciclagem mais abrangente e eficiente. Confira a seguir como funciona cada uma das principais formas de coleta seletiva:

Coleta Porta a Porta: Nesse modelo, veículos coletores percorrem regiões e residências em dias e horários específicos para recolher os materiais recicláveis. Os moradores são orientados a separar os resíduos de acordo com as categorias (plástico, papel, vidro e metal) e colocá-los em contêineres ou sacos distintos, devidamente identificados com as cores correspondentes. Os coletores fazem a separação dos materiais durante o processo de coleta e os encaminham para os centros de triagem, onde são preparados para a reciclagem.

Postos de Entrega Voluntária (PEV): Nessa abordagem, são instalados contêineres ou pequenos depósitos em pontos estratégicos do município, como praças, escolas, supermercados ou outros locais de fácil acesso à população. O cidadão, de forma espontânea, pode levar seus materiais recicláveis e depositá-los nos contêineres específicos para cada categoria. Geralmente, os contêineres possuem identificação visual com as cores correspondentes ao tipo de material a ser reciclado. Posteriormente, a equipe responsável pela coleta seletiva recolhe os materiais depositados nos PEVs e encaminha-os para a reciclagem.

Postos de Troca: Nesse formato, os postos de coleta oferecem aos cidadãos a possibilidade de trocar os materiais recicláveis por algum tipo de benefício. Por exemplo, as pessoas podem entregar uma determinada quantidade de materiais recicláveis e, em troca, receber vouchers, descontos em lojas ou outros incentivos oferecidos pelo programa. Essa abordagem visa estimular a participação dos cidadãos na coleta seletiva e reforçar a importância da reciclagem como prática sustentável.

Programa Interno de Coleta Seletiva (PIC): Esse modelo é implementado em instituições públicas e privadas, como escolas, empresas, órgãos governamentais, entre outros. A coleta seletiva é realizada dentro do próprio espaço dessas instituições, envolvendo colaboradores, estudantes ou servidores. Geralmente, é feita em parceria com associações de catadores ou cooperativas de reciclagem. Os resíduos recicláveis são separados nos locais de trabalho ou estudo e destinados para a coleta seletiva, onde os catadores ou cooperativas realizam a coleta e a triagem dos materiais para reciclagem.

Como separar resíduos para coleta seletiva

Para a separação adequada dos resíduos para a coleta seletiva, foi estabelecida a Resolução CONAMA N.º 275/2001, que estabelece diretrizes e define um código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. A separação adequada dos resíduos coletores e transportadores de acordo com o código de cores é fundamental para facilitar o processo de reciclagem, reduzir o custo, tempo, e garantir que os materiais sejam encaminhados corretamente para os centros de triagem. Confira a seguir, como é feita essa separação de acordo com o código de cores:

Azul (papel/papelão): Nesta lixeira, devem ser descartados papéis em geral, como jornais, revistas, cadernos, caixas de papelão, folhas, envelopes, entre outros materiais feitos de papel. Não se recicla papel carbônico, metalizado, plastificado, celofane e sanitário; fita crepe, adesivos, fotografias, livros etc.

Verde (vidro): Nesta lixeira, devem ser descartados recipientes de vidro, como garrafas, potes, frascos e embalagens de vidro em geral. Não se recicla espelhos, tubos de TV, louças e óculos.

Amarelo (metal): Nesta lixeira, devem ser descartados materiais feitos de metal, como latas de alumínio, latas de aço, tampinhas metálicas, entre outros. Não se recicla esponja de aço.

Vermelho (plástico): Nesta lixeira, devem ser descartados materiais plásticos, como garrafas PET, embalagens plásticas, sacolas, potes, tampas, entre outros. Não se recicla acrílico, cabos de panela, adesivos e tomadas.

Marrom (orgânicos): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos orgânicos, ou seja, restos de alimentos, cascas de frutas, legumes, folhas, entre outros materiais biodegradáveis.

Preto (madeira): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos de madeira, ou seja, galhos de árvores, caixas, restos de construção, móveis, artefatos e objetos, palitos de dente ou sorvete, resíduos Industriais, etc. Ao descartar madeira, retirar todos os pregos, parafusos ou metais cortantes.

Branco (hospitalares): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos de hospitalares, ou seja, resíduos infectantes, resíduos químicos, gessos, luvas, gazes, materiais perfurocortantes como lâminas, bisturis, agulhas, ampolas etc. Todos os resíduos hospitalares necessitam de tratamento e destinação final especiais.

Laranja (resíduos perigosos): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos perigosos, ou seja, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, produtos eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, de vapor, de sódio, mercúrio ou de luz mista, tintas, produtos químicos, etc. Todos os resíduos perigosos necessitam de tratamento e destinação final especiais.

Roxo (radioativos): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos radioativos ou contaminados, ou seja, seringas, frascos, papéis absorventes, solventes Aquosos, solventes Orgânicos, etc. Resíduos radioativos são altamente tóxicos e não podem ser reutilizados. Sua segregação deve ser realizada de acordo com as normas do Centro Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Cinza (não recicláveis): Nesta lixeira, devem ser descartados os resíduos não recicláveis, ou seja, papel higiênico, guardanapos sujos, fraldas descartáveis, itens contaminados, entre outros.

Como iniciar a coleta seletiva em casa

A coleta seletiva é uma das principais estratégias para construir um futuro mais sustentável e garantir a preservação do planeta para as gerações futuras. Cada indivíduo tem um papel fundamental nesse processo, e ao adotar a coleta seletiva em nosso cotidiano, contribuímos diretamente para a redução do impacto socioambiental negativo causado pelo lixo.

A separação para reciclagem é uma escolha inteligente, consciente e imprescindível para enfrentar os desafios atuais. E a seletividade dos resíduos gerados pode iniciar dentro da sua própria casa, e é mais simples do que parece. Inicie explicando para todos os membros da sua família a importância de separar os resíduos em diferentes recipientes. Coloque lixeiras identificadas com as categorias: plástico, papel, metal e vidro. Incentive a redução do consumo e a reutilização de materiais sempre que possível. Com o tempo, essa prática se tornará um hábito consciente e sustentável.

Ao final, com os resíduos separados de acordo com suas categorias, encaminhe os materiais para pontos estratégicos de entrega voluntária, os conhecidos PEVs, Pontos de Troca, ou Ecopontos. Existem várias iniciativas que recebem os materiais separados, direcionam para cooperativas locais, e ainda bonificam aqueles que retornam o lixo da maneira correta para a cadeia de produção. Esses bônus incluem vários benefícios, desde descontos em produtos, supermercados, serviços de parceiros a cashback.

Benefícios da coleta seletiva

A coleta seletiva é uma poderosa ferramenta de impacto socioambiental positivo, capaz de promover mudanças significativas em direção a um mundo mais inclusivo e sustentável. Ao adotar essa prática e incentivar outros a fazerem o mesmo, cada indivíduo contribui para um futuro melhor, onde a natureza é respeitada e a qualidade de vida é preservada para todos. A seguir, destacamos alguns dos principais benefícios dessa prática essencial:

Preservação dos recursos naturais: Ao reciclar materiais, reduzimos a necessidade de extrair novas matérias-primas da natureza, como minérios e petróleo. Isso ajuda a preservar recursos naturais limitados e evita danos a ecossistemas frágeis.

Redução do volume de lixo nos aterros sanitários: A coleta seletiva desvia uma quantidade significativa de resíduos sólidos dos aterros, prolongando sua vida útil e evitando que esses locais sejam sobrecarregados.

Menos poluição ambiental: A reciclagem reduz a necessidade de incineração de lixo, o que diminui a emissão de gases poluentes e a contaminação do ar. Além disso, evita que resíduos sejam descartados de forma inadequada no meio ambiente.

Economia de energia: A reciclagem de materiais requer menos energia do que a produção a partir de matérias-primas virgens. Isso significa menor consumo de energia e, consequentemente, menos emissões de gases de efeito estufa.

Geração de empregos verdes: A cadeia de reciclagem cria empregos em diversas etapas, desde a coleta seletiva até a triagem e processamento dos materiais. Isso contribui para o desenvolvimento econômico sustentável e para a inclusão social.

Estímulo à economia circular: A coleta seletiva faz parte de um modelo de economia circular, onde os materiais são reutilizados e reciclados, promovendo um ciclo contínuo de reaproveitamento e minimizando o desperdício.

Redução da contaminação do solo e da água: A destinação adequada dos resíduos evita a contaminação do solo por produtos químicos e também previne a poluição de rios e lençóis freáticos.

Combate ao desperdício: Ao reciclar materiais, aproveitamos os recursos já utilizados, evitando o desperdício e incentivando a responsabilidade no consumo.

Conscientização ambiental: A coleta seletiva é uma forma tangível de envolver a comunidade na proteção ambiental. Ao participar desse processo, as pessoas se tornam mais conscientes sobre seu impacto no meio ambiente e podem adotar práticas mais sustentáveis em suas vidas cotidianas.

Contribuição para a sustentabilidade global: A coleta seletiva é uma parte essencial do esforço global para combater as mudanças climáticas, preservar a biodiversidade e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

E você aí na sua casa, como tem contribuído para desenvolver a coleta seletiva em seu cotidiano?